Como mecanismo propulsor dos mais importantes avanços humanos, a educação constitui um meio para a melhoria do Brasil e do mundo. As práticas pedagógicas estabelecem diferentes maneiras de se transmitir o conhecimento, principalmente pelo diálogo entre professores e alunos. Após longas análises sobre tais atividades pedagógicas, o autor Paulo Freire construiu um arcabouço de novos conceitos no âmbito do ensino, de modo a desenvolver métodos que propiciassem o implemento de uma educação crítica e questionadora da realidade. O poder transformador das práticas educativas se torna cada vez mais profícuo tanto para o desenvolvimento interno dos países quanto para a pacificação das relações estabelecidas internacionalmente. Construir uma comunidade mais cooperativa e menos litigiosa, seja em termos brasileiros ou globais, demanda sobretudo uma pedagogia voltada à tolerância e ao respeito das diferenças intersubjetivas. Nesse sentido, Paulo Freire edificou várias obras em prol da aludida pedagogia, com perspectivas construtivas e conscientizadoras, em três grandes períodos de sua vida. As idéias centrais da obra de Freire dizem respeito à necessidade de se construir uma escola prioritariamente democrática, que seja apta a solidificar no educando a passagem da consciência ingênua à consciência crítica. Em tal transição, os métodos pedagógicos devem proporcionar ao indivíduo o enfoque no que tange aos problemas de seu País, do mundo e da própria democracia. Para o implemento desse novo processo educativo, Paulo Freire substituiu a organização tradicional das salas de aula em carteiras enfileiradas por círculos de debate entre educadores e educandos, o que facilitaria o intercâmbio de saber entre ambos os agentes. O caráter crítico do método de Paulo Freire, de certa forma, colidiu frontalmente com os interesses do regime militar instaurado após o golpe de 1964, o que ensejou a prisão e o posterior exílio do educador. Esse acontecimento iniciou o segundo grande período da vida de Freire, caracterizado pela maior abrangência internacional de suas idéias e técnicas. Entre os anos de 1964 e 1969, o autor residiu em Santiago do Chile, onde revisou a obra “Educação e atualidade brasileira” com o novo título de “Educação como prática da liberdade”, além de ter escrito a “Pedagogia do Oprimido”, vista por muitos intelectuais no sentido de ser a obra-prima freireana. O tema central da referida obra diz respeito à idéia de que deve existir um intercâmbio contínuo de saber entre educadores e educandos, com o escopo de que os últimos não se limitem a repetir mecanicamente o conhecimento transmitido pelos primeiros. Por meio do diálogo entre professores e alunos, estabelecem-se possibilidades comunicativas em cujo cerne está a transformação do educando em sujeito de sua própria história. Traduzida em diferentes idiomas, a Pedagogia do Oprimido revela que a educação conscientiza os indivíduos sobre as diversas contradições e disparidades do mundo, de modo a incutir-lhes a demanda por mudanças na realidade social. Ademais do referido livro, outras relevantes obras foram escritas por Freire no transcorrer de seus anos no exílio, tais como “A Contribuição ao processo deconscientização do homem na América Latina” e a “Ação cultural para a liberdade”. Já durante a década de 1970, Paulo Freire passou a residir na Suíça, de modo a lecionar na Universidade de Genebra por sucessivos anos. A partir de então, Freire começou a expandir suas idéias sobre a prática educacional para diferentes países da Ásia, da América e da África, por meio de palestras em universidades e de contínuas traduções de seus livros. Por meio da leitura, exercitam-se reflexões por parte dos indivíduos acerca do contexto sócio-político e econômico no qual se inserem, de modo a se propiciar uma leitura crítica e fomentadora de transformações. Outros grandes livros foram escritos por Paulo Freire após seu retorno ao Brasil, entre eles “Educação popular” e “Aprendendo com a própria história”, esse último publicado em co-autoria com Sérgio Guimarães. Tal obra versa, basicamente, sobre a forma pela qual os fatos sociais e políticos vivenciados por Freire no decorrer das décadas de 1960 e 1970 influenciaram a elaboração de seu método pedagógico. Por meio da publicação dos referidos livros e de aulas ministradas em instituições como a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), o mencionado educador aprofundou suas idéias sobre as práticas educacionais , de modo a ampliá-las no contexto brasileiro. Ainda durante a década de 1990, Paulo Freire publicou diversos livros sobre o tema pedagógico, tais como “Professora sim, tia não”, “Política e educação”, “Pedagogia da autonomia”, “Cartas a Cristina”, “À sombra desta mangueira”, entre outros. Os três primeiros livros supracitados revelam facetas já conhecidas do pensamento freireano, no sentido de abordarem aspectos concernentes à construção crítica e politizada do saber individual. Já as duas últimas obras denotam as habilidades mais poéticas e filosóficas de Freire, de forma a minudenciar memórias do autor sobre sua trajetória de vida. Em diferentes obras, Freire salientou a importância de se implementarem técnicas educativas que proporcionem o entendimento sobre os problemas do Brasil e do mundo.
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Paulo Freire: tudo de bom
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